Já escutou essa palavrinha “terroir” (pronuncia “terruá”) e ficou sem saber direito que negócio é esse e como ele afeta os vinhos? Não se assusta, é um tanto simples entender isso e poder falar com seus amigos como se fosse expert no assunto!
Eu sempre ouvi falar de terroir, sempre tinha uma pessoa pra falar “nossa, o terroir desse vinho é excelente”, e juro, por mais que eu fingisse entender, não sabia do que se tratava. Primeiro pensava que podia ser algo ligado à terra e nutrientes, mas não fazia ideia.
Descobri os Tannat Uruguaios
Uma certa vez no ano de 2016, visitei a região de Carmelo, no Uruguay, motivado por um artigo chamado Wine, Olive Oil and the Good Life in Uruguay, publicado no New York Times em 2014. Lá me contaram a história das uvas Tannat, que até então acreditava ser uma uva típica do sudoeste francês.
Disseram que o Uruguay era uma escola vinícola desconhecida porém habitada por colonos bascos que vieram dos pirineus franceses, e que na França acreditava-se que as uvas Tannat haviam desaparecido, depois de sucessivas pragas que assolaram o país. Eis que um sommelier que vinha viajando a américa latina chegou ao Uruguay e ao beber o que chamavam de Cabernet Sauvingon, descobriu, depois de testes de DNA, que a uva era na verdade Tannat. Depois disso mudas foram levadas de volta para a França, que voltou a produzir Tannat. Não encontrei referência disso em lugar nenhum, mas é uma história bem legal pra se contar.
O ponto principal é que eu adorei de paixão os Tannats Uruguaios, mas não curtia os Tannats Franceses. Da mesma forma aconteceu com os Cabernet Sauvigon, que eu adoro os Sul-Africanos, mas não os Chilenos. Será que o que diferenciava esses vinhos era o tal do Terroir?
Mas o que é Terroir?
Sabemos que terroir é uma palavra francesa, sem tradução exata para outras línguas. E segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), o terroir é:
“um conceito que remete a um espaço no qual está se desenvolvendo um conhecimento coletivo das interações entre o ambiente físico e biológico e as práticas enológicas aplicadas, proporcionando características distintas aos produtos originários deste espaço”.
Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV)
Mas a verdade é que essa descrição me ajudou pouco pois ela é bem complexa e técnica para leigos entenderem, mas indicou algumas coisas que eu já imaginava. Continuei buscando explicações sobre terroir e descobri que o terroir não é uma coisa só, mas várias variáveis compões características de um certo terroir. Coisas como clima, topografia, microclima, drenagem, geologia, tipo da uva afetam diretamente o terroir. Mas não só isso, a própria intervenção humana, a cultura, a história, métodos e tradições são parte também fundamental do terroir.
E isso tudo junto é o que diferencia um Tannat Uruguaio de um Tannat francês. E vocês? Quais são seus vinhos favoritos?
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